Um tal Santos, merceeiro do
Pingo Doce, quando questionado sobre a sua fuga aos impostos, sentiu-se muito
ofendido com a falta de gratidão dos portugueses, afirmando que é “muito mais
bem recebido na Colômbia do que em Portugal”.
Apesar de todas as
facilidades que o PS e PSD (sozinhos ou coligados, umas vezes no governo e sempre
na Assembleia da República, com o apêndice do CDS) lhe têm dado para roubar o
país e os trabalhadores, o excelentíssimo senhor, acha que ainda é pouco e vê
na Colômbia o modelo a seguir.
Vejamos o que o seduz naquelas
paragens.
A Colômbia é o país da
América Latina onde a repressão sobre os trabalhadores mais brutal é. Segundo a
Human Rights Watch (uma ONG insuspeita, porque nada imparcial, quando se trata
dos interesses do governo dos EUA, que é quem a subsidia) revelou, mesmo assim,
que 22.028 residentes da cidade de Buenaventura tiveram de abandonar as suas
casas, em 2011, 15.191, em 2012 e 13.468, de Janeiro a Outubro de 2013,
aterrorizados por uma onda de assassinatos, cometidos por forças paramilitares,
a mando do governo colombiano. As vítimas são camponeses, estudantes,
trabalhadores em geral, todos os que protestam contra a exploração selvagem e
desenfreada a que são submetidos pelos patrões nacionais e estrangeiros e pela
quase ausência de serviços públicos de saúde e educação. Um ex-ministro dos
Negócios Estrangeiros, Alfredo Vásquez Carrizosa, veio mesmo denunciar o facto
de ter sido o governo dos EUA a formar estes esquadrões da morte e a
transformar o exército colombiano em brigadas de repressão interna.
A Colômbia é, assim, um paraíso para o
merceeiro português e outros quejandos, vendo, aí, um território protegido
contra qualquer denúncia ou mobilização
dos trabalhadores, que ameace a situação de profunda injustiça social e de
terror que a mantém.
De qualquer modo, esses Santos
e outros similares retiram do país, apenas, a sua sede fiscal, não o negócio
chorudo em que se especializaram, o de intermediários, isto é, parasitas de
produtores e consumidores, já que o actual governo está seguindo o modelo
colombiano, sem esquadrões da morte, mas com uma política, igualmente, de terror
sobre os trabalhadores, através de leis que permitem ao patrão pagar salários
de miséria e despedir sempre que for contestado.
Como seria de esperar, os
meios de comunicação social (sobretudo directores e chefes de redacção),
solícitos, veneradores e obrigados a quem lhes paga o frete (alguns, condescendo,
por mera estupidez e ignorância), calam o que na Colômbia se passa, mas enviam
repórteres para a vizinha Venezuela, a fim de cobrirem a grande contestação,
como dizem, ao governo “ditatorial”.
Para quem pretenda conhecer
a realidade venezuelana, neste blogue e em muitos outros sítios honestos, foram
já publicados números, factos, dados, retirados de organizações como a UNESCO,
UNICEF, FAO, etc, que mostram e demonstram precisamente o contrário daquilo que
“eles” nos querem fazer crer. e escondem
Não é, pois, de estranhar que
a Colômbia se lhes afigure o el dorado e a Venezuela um mau exemplo que se
impõe combater e derrotar, para que possam duplicar as suas enormes fortunas, à
custa do empobrecimento geral.
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