O QUE ELES ESCONDEM

sexta-feira, 16 de maio de 2014


Um tal Santos, merceeiro do Pingo Doce, quando questionado sobre a sua fuga aos impostos, sentiu-se muito ofendido com a falta de gratidão dos portugueses, afirmando que é “muito mais bem recebido na Colômbia do que em Portugal”.
Apesar de todas as facilidades que o PS e PSD (sozinhos ou coligados, umas vezes no governo e sempre na Assembleia da República, com o apêndice do CDS) lhe têm dado para roubar o país e os trabalhadores, o excelentíssimo senhor, acha que ainda é pouco e vê na Colômbia o modelo a seguir.

Vejamos o que o seduz naquelas paragens.
A Colômbia é o país da América Latina onde a repressão sobre os trabalhadores mais brutal é. Segundo a Human Rights Watch (uma ONG insuspeita, porque nada imparcial, quando se trata dos interesses do governo dos EUA, que é quem a subsidia) revelou, mesmo assim, que 22.028 residentes da cidade de Buenaventura tiveram de abandonar as suas casas, em 2011, 15.191, em 2012 e 13.468, de Janeiro a Outubro de 2013, aterrorizados por uma onda de assassinatos, cometidos por forças paramilitares, a mando do governo colombiano. As vítimas são camponeses, estudantes, trabalhadores em geral, todos os que protestam contra a exploração selvagem e desenfreada a que são submetidos pelos patrões nacionais e estrangeiros e pela quase ausência de serviços públicos de saúde e educação. Um ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alfredo Vásquez Carrizosa, veio mesmo denunciar o facto de ter sido o governo dos EUA a formar estes esquadrões da morte e a transformar o exército colombiano em brigadas de repressão interna.

 A Colômbia é, assim, um paraíso para o merceeiro português e outros quejandos, vendo, aí, um território protegido contra qualquer denúncia ou  mobilização dos trabalhadores, que ameace a situação de profunda injustiça social e de terror que a mantém.
De qualquer modo, esses Santos e outros similares retiram do país, apenas, a sua sede fiscal, não o negócio chorudo em que se especializaram, o de intermediários, isto é, parasitas de produtores e consumidores, já que o actual governo está seguindo o modelo colombiano, sem esquadrões da morte, mas com uma política, igualmente, de terror sobre os trabalhadores, através de leis que permitem ao patrão pagar salários de miséria e despedir sempre que for contestado.

Como seria de esperar, os meios de comunicação social (sobretudo directores e chefes de redacção), solícitos, veneradores e obrigados a quem lhes paga o frete (alguns, condescendo, por mera estupidez e ignorância), calam o que na Colômbia se passa, mas enviam repórteres para a vizinha Venezuela, a fim de cobrirem a grande contestação, como dizem, ao governo “ditatorial”.
Para quem pretenda conhecer a realidade venezuelana, neste blogue e em muitos outros sítios honestos, foram já publicados números, factos, dados, retirados de organizações como a UNESCO, UNICEF, FAO, etc, que mostram e demonstram precisamente o contrário daquilo que “eles” nos querem fazer crer. e escondem

Não é, pois, de estranhar que a Colômbia se lhes afigure o el dorado e a Venezuela um mau exemplo que se impõe combater e derrotar, para que possam duplicar as suas enormes fortunas, à custa do empobrecimento geral.

 

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