Há
os europeístas e os que não o são. Os primeiros acreditam na bondade do
capitalismo, os outros vêem a destruição que está a infligir aos países mais
pobres e aos pobres dos países mais ricos e exigem justiça social, para todos.
Os defensores
da União Europeia evocam a generosidade de princípios que presidiu à criação
desta organização: um mercado comum, por via do qual a paz seria instaurada,
definitivamente.
Esqueceram-se,
contudo, que mercado é sinónimo de capitalismo e que capitalismo significa
guerra, guerra do mais forte contra todos os outros.
Chegámos,
agora, a um momento em que não é possível mais disfarçar a natureza predadora deste
sistema, que gerou a União Europeia e a moeda única, o euro.
O
Partido Comunista Português foi o único a rebelar-se contra a integração de
Portugal na União Europeia, na altura CEE, e contra a adopção do euro. Carlos
Carvalhas não se cansou de mostrar que “um pote de barro” (Portugal) seria
feito em fanicos quando junto a "um pote de ferro" (Alemanha).
Mário
Soares, prima-dona da entrada do país nesta anunciada desgraça, esfregava as
mãos de contente, já que deixava o país entregue aos interesses capitalistas,
os únicos dispostos a polirem-lhe a ambição de presidir uma das maiores organizações mundiais. Outros valores
mais altos se alevantaram, mas Soares pode gabar-se de ter deixado o país
“atado e bem atado” (parafraseando Franco) à miséria e humilhação que hoje
conhecemos e sofremos.
A
moeda única é só um instrumento mais nesta subserviência à Alemanha, mais forte
após a queda do muro de Berlim, pois, desta vez, sem disparar um tiro, explora
os países com governos colaboracionistas. O velho sonho de Hitler, concretizado
agora por via de uma guerra económica.
Entretanto,
em Portugal, vão-se ouvindo algumas vozes a defender a saída do euro: João
Ferreira e Octávio Teixeira, do PCP, ou João Ferreira do Amaral que, juntamente
com Francisco Louçã, lançam hoje um livro com um estudo sobre o que fazer a
seguir à saída da moeda única.
Mas,
abandonar a União Europeia parece ser um tabu, dado que, 28 anos depois da
propaganda de Mário Soares de que íamos finalmente ser europeus (porque, até
aí, tínhamos sido africanos…), isso ainda ecoa.
Os
europeístas de hoje, por mais que a realidade lhes mostre que o pacífico,
bondoso e bonacheirão Pai Natal é, afinal, um celerado promotor de guerras e devia
estar na prisão, negam-se a ver a evidência. Porquê? Infantilidade? Interesses
não confessados?
Desinformação
não será.
Moedas,
o que colaborou na destruição do país, com meio milhão de desempregados no seu
haver, é nomeado comissário do Trabalho. Donald Tusk, 1º ministro da Polónia,
implicado em casos sujos de escutas ilegais e corrupção, mas com relações muito
“privilegiadas” com Merkel, neoliberal puro e duro, facilitador da instalação,
no seu país, de bases secretas da CIA e das Forças Armadas dos EUA e utilização
do espaço aéreo de aviões de caça da NATO, em clara provocação à Rússia, é o
escolhido pela casta que nos domina para Presidente do Conselho Europeu.
É
nesta Europa democrática, de paz e progresso, que queremos continuar?
Consequências
da saída? Certamente menos gravosas e muito mais dignas.
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