Há
pouco tempo, deu-se o caso insólito de vários países da União Europeia terem
proibido a passagem, no respectivo espaço aéreo, do avião que, já no ar,
transportava o Presidente da Bolívia.
Neste
atentado à vida de um homem e dos restantes que com ele seguiam, o governo
português, na figura impoluta do ministro Portas, apressou-se a colaborar no
crime.
Soube-se
que a ordem de assassinato viera dos EUA e os lacaios europeus prontificaram-se
a executá-la.
Não
por acaso o prémio dito da Paz foi atribuído a Obama e a esta União Europeia,
depois de já ter na lista muitos outros criminosos e assassinos, como
Kissinger.
A
sanha a Evo Morales e a raiva crescente pelo facto de terem falhado os anteriores
atentados contra a sua vida, fizeram com que, desta vez, tivessem perdido a
cabeça e agido sem rodeios.
Mas,
que razões movem a tamanho ódio?
E
o que escondem ou deturpam os meios de desinformação, em Portugal e por essa
Europa fora, sobre o Presidente da Bolívia e a acção do seu governo?
Alguns dados,
retirados do relatório que Evo Morales apresentou ao Parlamento boliviano, no
dia em que cumpriu 8 anos à frente do governo (22/1/2014):
-
Em 2005, o investimento nas empresas petrolíferas era de 246 milhões de dólares.
Em 2013, foi de 1.835.
-
O orçamento para a Saúde, o PGE 2005 era de 50.000 milhões de bolivianos. Agora
é de 288.00 milhões, isto é, um aumento de 476%, em que se construíram 758
modernos centros de saúde, em diferentes regiões do país, em particular, nas
áreas rurais.
-
Em 2005, o nível de investimento na Educação era de 6.519 milhões de
bolivianos. Em 2013, foi de 15.000 milhões.
-
O PIB subiu de 9.521 milhões de dólares, em 2005, para 30.789 milhões, em 2013
e o rendimento per capita passou de 1.010 para 2.794.
-
Nacionalizou as empresas petrolíferas.
-
Aumentou em 100% a produção de gaz natural.
Excertos do discurso
de Evo Morales, na ONU, na altura de assumir, depois de eleito, a presidência
do G77 + China:
“O
sistema capitalista enfrenta a sua crise mais profunda: é uma crise financeira,
climática, alimentária, institucional e de modelo de vida. O mundo sofre os
efeitos dessa catástrofe provocada pelo capitalismo, que converte a mãe terra e
as pessoas em objecto do seu despiedado domínio predador.
Vivemos
uma crise financeira porque os países do centro capitalista concentraram a
riqueza nas elites excluentes e magnificaram a pobreza e a fome.”
..
“Resumindo,
vivemos a crise de um modelo económico, em que as receitas do Fundo Monetário
Internacional (FMI), do Banco Mundial e dos organismos multilaterais
(privatizações e restrição das políticas sociais) já não podem resolver os
problemas dos países do centro capitalista.”
....
“Refundar
a democracia: da democracia representativa à democracia participativa e
comunitária, que democratiza a riqueza.”
...
“O
que acontece é que o povo sente que depositar o seu voto de 4 em 4 ou de 5 em 5
anos não é suficiente. Sente que o seu voto é trocado todos os dias pela
ditadura dos mercados financeiros. (...) O povo necessita de novos mecanismos democráticos
para mudar o mundo (...)
A
nova história reclama passar da democracia representativa, em que o poder está
maioritariamente ao serviço de elites, para a democracia participativa e
comunal, onde os jovens, indígenas, mulheres, camponeses, trabalhadores
participemos activamente nas decisões sobre as nossas vidas, sobre os nossos
direitos, sobre os nossos bens comuns.”
...
“(...)
não há democracia real sem democracia económica, sem distribuição da riqueza
que é de todos.”
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