O QUE ELES ESCONDEM

sábado, 29 de março de 2014


Alguns jornais transcrevem, hoje, afirmações de um eurodeputado austríaco, dizendo que, na UE, “só os alemães e os austríacos” trabalham, pois, “somos os únicos que começam a trabalhar às nove horas em vez de às onze” e que, aos restantes, “não se pode levá-los a sério, porque eles têm todos um metro e sessenta”.
Estas bestialidades saíram da boca do cabeça de lista às eleições europeias pelo FPÖ (Partido da Liberdade (!!!)), de extrema-direita que, em Setembro último, arrecadou mais de 20% dos votos nas legislativas austríacas.

“... ninguém aceitaria uma Europa em que uns poupam para que outros possam gastar.” Estas palavras não são do dito eurodeputado, nem daqueles que condensaram este tipo de discurso nas siglas PIGS (porcos) ou GIPSI (ciganos), se juntarmos a Itália a Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha. Estas palavras foram ditas, no último fim-de-semana, pelo muito patriota primeiro-ministro de Portugal, Passos Coelho.
O discurso e prática deste indivíduo levou-nos já a alertar para a mentalidade de negreiro, assimilada na experiência de colonialista que teve em Angola. Henrique Custódio observa, na edição do Avante! desta semana, que a única organização social que Coelho conhece é a da roça colonial e Constança Cunha e Sá identificou aquela afirmação como própria de um partido de extrema-direita, por exemplo, alemão.

A gravidade destas evidências terão sido percebidas, certamente, por muitos outros. Mas, uns, a troco de um lugar bem pago, outros, por razões a  investigar, como é o caso de Cavaco Silva, vão-lhe dando cobertura e apoio.
Entretanto, pergunto-me se os trabalhadores portugueses, que sofrem a pobreza, a miséria e as desigualdades sociais crescentes, aceitarão ser os escravos negros desta escumalha doméstica e uma vara de porcos, obedientemente, a caminho do matadouro.

 

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