O QUE ELES ESCONDEM

segunda-feira, 6 de outubro de 2014


Quando da dívida se fala, começa, normalmente, a discussão a meio.
Experimente-se ver na competitividade o motivo e todas as peças encaixarão sem mais.

Face à concorrência da economia emergente, as reduções nos lucros não se fizeram esperar e duas são as soluções achadas para as conseguir atalhar: deslocalização de capitais e exploração cruel de quem trabalha.
Só que aos povos a sujeição nunca pode ser consentida, se não estiver apoiada em razões imperativas.

Foi sempre esta a justificação das guerras, que, além de pilhagem de bens, canalizavam tensões e abriam caminho a medidas em tempo de paz impensáveis.
Contudo, o recurso às armas tinha prejuízos enormes, muita destruição excusada e, mesmo, revoltas, por vezes, como em Outubro de 17 e o nosso 25 de Abril.

As vantagens penderam para as guerras económicas, que são abstracções complexas para quem não estiver por dentro, e justificam sangrias com o endividamento dos Estados.
Depois, segue-se-lhe a assumpção de compromissos e um enredamento em cláusulas onde uma pessoa se perde, mas os especuladores se encontram, na vampirização dos devedores.

Foi congeminada a estratégia pela Trilateral e em Bilderberg, pelos que preconizam há muito a cordial amizade entre o Costa e o Rio, porque os títeres anteriores fizeram o que havia a fazer:entregar a economia à finança, com tratados a manietar recusas.
Para isso, tilintaram o oiro e Cavaco, Burroso, Guterres e Sócrates salivaram em submissão canina, com todos os compromissos de honra de um “paga e não bufes”.

Os que hoje, exactamente, com seus acólitos e serventes, bradam que a honradez obriga e não há que fugir.
Pouco interessa se a dívida é justa ou injusta, se o juro é de amigo ou de agiota, o que importa é a rendição e um colaboracionismo proveitoso.

Veja-se onde se encontram eles e perceber-se-á que o prémio compensa bem a traição.
Pior é a gente espoliada não lhes dizer claramente que, tendo sido eles a governar ou desgovernar estes anos, assumam as responsabilidades que lhes cabem, não queiram chouriços com o sangue alheio.

Mas não, repete-se com o Estado o que se passa com a banca: eles roubam e asneam, nós pagamos e não bufamos.
Abençoada imbecilidade a nossa!


Do blogue IRRESILIÊNCIAS

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