Quando da dívida
se fala, começa, normalmente, a discussão a meio.
Experimente-se
ver na competitividade o motivo e todas as peças encaixarão sem mais.
Face à
concorrência da economia emergente, as reduções nos lucros não se fizeram
esperar e duas são as soluções achadas para as conseguir atalhar:
deslocalização de capitais e exploração cruel de quem trabalha.
Só que aos povos
a sujeição nunca pode ser consentida, se não estiver apoiada em razões
imperativas.
Foi sempre esta
a justificação das guerras, que, além de pilhagem de bens, canalizavam tensões
e abriam caminho a medidas em tempo de paz impensáveis.
Contudo, o
recurso às armas tinha prejuízos enormes, muita destruição excusada e, mesmo,
revoltas, por vezes, como em Outubro de 17 e o nosso 25 de Abril.
As vantagens
penderam para as guerras económicas, que são abstracções complexas para quem
não estiver por dentro, e justificam sangrias com o endividamento dos Estados.
Depois,
segue-se-lhe a assumpção de compromissos e um enredamento em cláusulas onde uma
pessoa se perde, mas os especuladores se encontram, na vampirização dos
devedores.
Foi congeminada
a estratégia pela Trilateral e em Bilderberg, pelos que preconizam há muito a
cordial amizade entre o Costa e o Rio, porque os títeres anteriores fizeram o
que havia a fazer:entregar a economia à finança, com tratados a manietar
recusas.
Para isso,
tilintaram o oiro e Cavaco, Burroso, Guterres e Sócrates salivaram em submissão
canina, com todos os compromissos de honra de um “paga e não bufes”.
Os que hoje,
exactamente, com seus acólitos e serventes, bradam que a honradez obriga e não
há que fugir.
Pouco interessa
se a dívida é justa ou injusta, se o juro é de amigo ou de agiota, o que
importa é a rendição e um colaboracionismo proveitoso.
Veja-se onde se
encontram eles e perceber-se-á que o prémio compensa bem a traição.
Pior é a gente
espoliada não lhes dizer claramente que, tendo sido eles a governar ou
desgovernar estes anos, assumam as responsabilidades que lhes cabem, não
queiram chouriços com o sangue alheio.
Mas não,
repete-se com o Estado o que se passa com a banca: eles roubam e asneam, nós
pagamos e não bufamos.
Abençoada
imbecilidade a nossa!
Do blogue IRRESILIÊNCIAS
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