COSTA, RECEITA DE BILDERBERG
Segundo as regras do
bipartidismo vigente – agora governas(-te) tu, que depois governo(-me) eu –
caberá, em breve, a vez ao PS. Mas, como este partido não está muito seguro, há
que dar-lhe uma mãozinha nova e limpar-lhe a fachada.
Os arquitectos da obra já
escolheram, para capataz, António Costa, homem de confiança, a quem deram mesmo
a honra de se sentar à mesa Bilderberg do patrão Balsemão.
As provas dadas como
ministro de Guterres e Sócrates tornaram-se sólidas à frente da Câmara de
Lisboa. Costa não desilude:
- Se, no governo Guterres,
apoiou a maior fúria privatizadora até àquele momento, com a espoliação do
nosso património que era a Cimpor, Soporcel, Setenave, Papel do Prado,
Tabaqueira, Petroquímica, Quimigal, Gescartão e parte da Galp, Brisa, PT e EDP,
e, no governo de Sócrates, continuou com a REN, EDP Renováveis e o resto da
GALP (só não foi a TAP e os CTT, porque não houve tempo), na Câmara de Lisboa,
vende ao Estado os terrenos do aeroporto, para que o governo possa privatizar a
ANA; entrega aos privados a manutenção e conservação dos jardins públicos,
através de uma concessão, que representa um encargo de 17 milhões de euros para
a autarquia.
- Se, no governo de
Sócrates, foi cúmplice do início da destruição do Sistema Nacional de Saúde,
agora, na Câmara, continua a dar a sua ajuda, apoiando o encerramento dos
Hospitais da Colina de Santana, para transformar esses espaços em hotéis e
condomínios de luxo, reduzindo a oferta de cuidados de saúde à população, em
geral, e expulsando os moradores da zona, que não poderão pagar os consequentes
aumentos especulativos da habitação
- Se, nos governos em que
foi ministro, esteve de acordo com as diferentes alterações ao Código do
Trabalho, sempre no sentido de retirar direitos a quem trabalha, não é como
presidente da Câmara que dá o dito por não dito, e, assim, transfere
trabalhadores efectivos da Câmara para as Juntas de Freguesia, contra a vontade destes, porque isso implicará
perda de direitos adquiridos.
- Com a experiência feita
como ex-ministro da Administração Interna, aprova, na Câmara, o encerramento de
11 esquadras em Lisboa, que o actual ministro quer ver concretizado.
Resta dizer que todas estas
medidas, com Costa no governo ou na Câmara de Lisboa, têm sido aprovadas com os
votos do PSD e CDS.
Não há dúvida, pois, que é o
homem eleito.
Falta, apenas, do outro
lado, arranjar um parceiro com quem possa dançar o tango, sem ser pisado. E
esse poderá ser Rui Rio que, como o Expresso explicava, em 31 de Julho do ano
passado, “António Costa e Rui Rio, dois amigos que se respeitam, com
cumplicidades polítcas e pessoais várias, compondo um dueto que até esteve
presente no Clube de Bilderberg”
E nós já sabemos, com
Barroso, Lopes e Sócrates, que as escolhas de Balsemão são para levar a sério.
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